sexta-feira, 25 de março de 2011

Falta um pedaço de mim.

Engraçado. Você conquista coisas que nem acreditaria conseguir, divide com os que te amam de verdade e torcem por você, está feliz como nunca... e de repente você sente que tá faltando alguma coisa. Bate um vazio. Uma saudade. É um pedaço de uma vida que ficou pra trás. Você queria que todos os pedaços estivessem ali, mas fatalmente ficam alguns. E alguns que lhe eram muito queridos. É nessas horas que você se dá conta da falta. É aí que você sente o peso das escolhas, da vida passando, do tamanho das coisas, dos sentimentos... Alguns, são para sempre. E é por isso que alguns vazios nunca serão preenchidos dentro de nós.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sobre o crescer...

Houve um tempo em que tudo era mais fácil. Algumas pessoas eram mais loiras, outras, cabeludas, umas mudavam a cor do cabelo de quando em vez. Outras tinham moicanos, deixavam barba, usavam óculos... Algumas tinham piercings, tatuagens, alargadores de orelha... Gesso no pé, infecção na boca, 10 quilos a mais, 10 a menos... As coisas eram mais simples do que agora. Era mais tranquilo arriscar, fugir, viver... se permitir. Era um outro mundo, infantilizado, adolescentizado pra ser mais exata, onde tudo era menos complicado de viver e sentir. Só que um dia todo mundo vira adulto. Todo mundo cresce e as coisas se tornam mais complexas, pesadas e realistas. Tristes, muitas vezes. Algumas menores, como as lembranças; outras, maiores, como a saudade. Era uma época boa de se viver, mas ela acaba, assim como os sonhos, os dias, os anos. Como tudo na vida. Você passa a sua vida inteira achando que a sua felicidade está na Europa, em encontrar um príncipe perfeito como nos contos de fada, num amor impossível, na primeira vez, no baseado, numa garrafa de vodka, numa transa em uma boate, num sapato novo, num corpo perfeito, em alguém que você ama desesperadamente te salvar de uma vida vazia e sem nexo... Só que aí você cresce. E se transforma em adulto. Aí você constata que aquela porra toda não fazia sentido algum. Carnaval, uma festa, uma boate, um carro, uma paixão... Nada disso é felicidade. Nada te dá a vida que você busca. Por incrível que pareça (porque você sofre por um tempo, mas passa, mesmo você não querendo que passe), você descobre que a felicidade é tão passageira como uma brisa na praia ou uma chuva de verão. É quase o tempo de um espirro ou de um orgasmo. Ninguém vive 'happily ever after', não o tempo todo. Poucos são os que sabem que estão sendo felizes; na maioria das vezes a gente só percebe depois que passou. Mas o mais legal (tinha que ter alguma coisa nesse meio) é você perceber que tudo isso, a felicidade, não passa de uma escolha. É um beijo de bom dia, um copo d'água quando se está com sede, um bolo delicioso com cobertura, uma transa de 5 minutos, 3 orgasmos e um "eu te amo" no final, um sorriso verdadeiro, ou só a gratidão de se estar vivo, com saúde e ter tido a oportunidade de dividir sua vida com pessoas que você ama e que correspondem ao amor que você tem por elas. Arrependimentos todos teremos. Raiva, mágoa, tristeza... Passa. E se não passa, diminui. A saudade é que não passa. Mas essa já é velha companheira... nesse caso não temos poder de escolha.