sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Hurry up, we're dreaming...

A vida é tão frágil... E minhas metáforas sobre tudo quase sempre são baseadas em músicas. Mais uma vez, vamos lá. Estou aqui escutando um álbum com o nome mais lindo que eu já vi: Hurry up, we're dreaming. E acho que gosto tanto do nome porque é meio que a minha filosofia de vida. É como se tudo fosse acabar num instante. Como se as coisas se esvaíssem como num sonho. Como se tudo, depois que passasse, não passasse de um sonho. Porque só restam as lembranças. Eu posso viver as coisas mais lindas do mundo em um minuto... e depois acabou. E eu gosto de viver as coisas mais lindas do mundo. Eu já vivi várias delas. Inclusive por isso, obrigada. E ainda tenho um infinito de coisas lindas me esperando. Só que ao mesmo tempo tenho medo dessa outra finitude; tudo se acaba. Não vê o nosso amor... De madrugada as coisas parecem estar em suspenso, apesar do tempo parecer passar mais rápido. Também acho uma hora engraçada pra se pensar sobre as coisas por causa dessa suspensão ilusória. Continuo escutando as músicas do CD do nome mais bonito. As sensações que elas me trazem são indizíveis. É uma mistura de tudo, amor, tristeza, esperança, dor, redenção... É por essas coisas que eu sou tão musical. Esse teletransportar que é a música. Com ela o que era pra ser finito torna-se infinito e eterno. Até o nosso amor...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Vem como um torpor. Um transe. A tristeza. É viciante, enebriante... Ela chega com uma música que lembra você. E vai entrando por cada poro do meu corpo, chega a arrepiar tem hora, essa dor que vai por dentro dos ossos e dos órgãos. E o pior é que eu deixo ela chegar. Eu abro as portas pra ela entrar. E uma música puxa outra, e outra, e outra... Exaustivamente. Eu busco você já com esforço. Mas ainda busco. Com menos frequência, mas ainda busco.Procuro entre lembranças empoeiradas, procuro palavras bonitas pra lhe descrever, procuro imagens de você nu dentro de mim, do seu corpo, da sua boca, dos seus olhos... mas só o que consigo enxergar hoje em dia é esse outro, essa pessoa que tomou o seu lugar, estes olhos que não são mais seus, que não se abrem mais como se abriam antes, que não se apertam da mesma forma de quando você sorria antigamente... E eu ando tão cansada, sabe, de te buscar e não encontrar... Acho que isso é o que faz o amor ir diminuindo, diminuindo... mas nunca acabar. Tenho sentido falta de Deus dentro de mim, da época em que a gente rezava junto, ia junto ao centro, de quando tínhamos medalhinhas iguais. Além de Deus havia o amor dentro dos dois, então Deus também ficava mais forte talvez... Talvez eu esteja só perdendo a fé em mim mesma e na humanidade. Talvez seja só falta de você. Ou de um amor igual ao seu. Talvez o vazio que você deixou... Eu sinceramente não sei te dizer. É que tem dias mais difíceis do que outros, principalmente quando eu bebo. Aí parece que as coisas vêm como ondas. Vão de acordo com as músicas. Tem as que me causam raiva, as que me revoltam, as que me machucam imensamente, as de dor fina como de um punhal, as de soco no estômago, as de resignação, de tristeza doce como a que eu estou ouvindo agora... Tem pra todo tipo e gosto e é assim que as coisas vêm. Agora a voz doce e triste do vocalista do Kings of Convenience canta nos meus ouvidos através do meu fone novo. Ela vai ecoando dentro de mim como se fosse pra mim que ele cantasse: "I don't know what I can save you from... Still I don't know what I can save you from..." Eu também não sei, menino! Não sei. Não há ordem na vida, assim como não há ordem alguma nessas palavras e nos meus sentimentos. Tem dias que a solidão é tanta, e mesmo tão cercada de gente, que chega a sufocar. Todo esse ar. Sabe que tem coisa que eu não consigo mais escutar? Não consigo dar um final pra isso. Nem pro texto, nem pra nada. Coisa que eu não sei é dar um final pras coisas. Eu ouvia essa música grávida. E ouvir Interpol me dói tanto... Eu chego à conclusão de que eu não sei viver. Não sei. Não como as outras pessoas. Não como você. Infelizmente. Tá aí uma coisa que eu não sei fazer: viver.