domingo, 5 de fevereiro de 2012

Modern Love

Há dias, há noites, há momentos e há saudades que merecem um cigarro. E hoje, parece, tudo resolveu se juntar. A saudade de vc, do melhor amigo, de nós todos... tudo nessa noite. Numa noite que parece não querer acabar. Eu não queria que acabasse. Ou queria que acabasse de outra forma. Nos seus braços, nos seus beijos, em goles de cerveja e cigarros, em meio a muita risada, coisa boa, saudade. Meus cabelos vermelhos com os seus, com sua pele e seu rosto tão próximo ao meu. Sua boca tanto na minha e suas mãos inteiras no meu corpo. Éramos tão jovens, mas ainda somos o suficiente. Se não fosse tudo o que houve, agora seria um bom momento pra tudo isso. Os all stars vermelhos embaixo da mesa. A esperança rasgando o peito com uma felicidade imensa, sem caber em nós mesmos, sem caber no mundo... Há dias em que eu sinto falta disso como quem precisa do ar. E hoje é um desses dias. Ouço os motores de motos, o barulho de carros passando... As pessoas estão nas ruas. Hoje é sábado. Hoje era dia de matar tudo que nos mata por dentro. De deixar vir à tona todos os demônios para dançar com eles em meio a uma música linda de doer, que arrepia os pelos do corpo, que acorda sua alma de um jeito que nem a mais adormecida das almas poderia resistir... Caminhar pelas ruas, bêbados, felizes, intensos, jovens... Ainda o somos. O tempo está passando não só pra nós. Ainda temos nossas lembranças. Ainda podemos nos acabar numa pista de dança e numa cama de motel. E você de um lado, eu de outro. Você na pista de dança, só, cheio de gente ao redor. Eu, numa mesa de bar, também com tanta gente, mas ainda sim, só. Dois corações sós que deveriam estar juntos. E estão. Em algum lugar, estão. Escuto Bowie e Smiths e eles me aproximam de você. Eu já não te quero mais, mas hoje eu quero. Que se fodam os momentos. Eu acho que vou te querer assim pra sempre.