sábado, 21 de maio de 2011

Outra vez...

Às vezes tenho preguiça de escrever.
Às vezes, de você.
Mas ao te ouvir falar que quer crescer
Ao te ver sorrir, espairecer
A preguiça some
E dá lugar à fome
De te ver.

Fico calada e sonho
Peço a Deus consolo e ponho
Em meu travesseiro as minhas queixas.
Baixinho digo: não me deixas
Deita aqui que eu te nino
Deixa que te ensino
A sonhar um sonho colorido de menino.

Abre esse teu coração...
Tem um mundo inteiro de canção
Poesia, verso, prosa
Meu peito ainda leva uma rosa
Que um dia deste pra mim.

Veja bem, ouça bem
É o meu amor dizendo
É meu canto te querendo
Nos meus braços
Nos meus passos
Teus abraços
Outra vez.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Meu novo grande amor

Tenho um amor em mim. Ele vive a me espreitar pelos cantos, a me observar e admirar. Tenho um amor em mim que é só meu, que não pertence a nada nem ninguém, e que até pouco tempo não conhecia. Tenho um amor em mim. Tenho alma, tenho beleza, tenho fé e compaixão. Tenho sede, tenho vida e vitória, e fracassos também. Tenho um amor em mim que resolveu se apresentar: "muito prazer. meu nome é amor e eu já morava aqui há muito tempo. sim, há muito, só que andavas tão ocupada cultivando outros amores que eu devo ter passado despercebido." E é um amor tão bonito... tão simples, inteligente, corriqueiro e clichê. Do jeito que eu sempre gostei e sempre busquei. E ele aqui, em mim. E eu aqui, sem vê-lo. Sem reconhecê-lo ou senti-lo. Ele aqui... e eu aqui também. Sempre. Tenho um amor em mim que resolveu aparecer por notar uma certa alegria que há muito não aparecia por cá. Aproveitou, sorrateiro, a presença dela pra se fazer presente aos meus olhos. Ao invés de me cobrar como nunca o tinha visto antes, olho com ternura pra ele e penso: "é, tenho um amor em mim." E sorrio com esses dentes tortos com os quais ele nem se importa. Com meus quilos a mais que, por ele, nunca foram vistos mas, por causa dele, estão indo embora. Admiro-o hoje assim como ele me admira. Pretendo não perdê-lo nunca mais agora que o encontrei.

Eu tenho um amor em mim. E esse amor, correspondido, é por mim mesma.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

"...because your kiss is what I miss when I turn out the light..."

Queria entender de onde vem o alimento desse amor. Eu já ia dizendo que de você não vem, mas é mentira. Não que você faça algo que alimente alguma coisa propositadamente; pelo contrário. Você não me dá corda, não me dá esperanças, continua vivendo sua vida aí e eu aqui, quase sem contato, quase nem sabendo da existência um do outro. Só que o problema é você. Você é apaixonante. Você não precisa fazer nada, só existir. Seu sorriso, seu jeito, suas piadas sem a menor graça, seu gosto musical peculiar, sua voz. Eu lembro dessa última vez que te vi. Estava nervosa, fui tomar um banho, já tinha fumado uns 100 cigarros, coloquei uma música (queria colocar alguma coisa neutra pra você não achar que eu estava escutando algo por sua causa). Saí do banho e quando estava me arrumando eu ouvi sua voz. Não escutei uma palavra do que você disse, mas só a sua voz anunciando a sua presença ali, no quarto ao lado, me fez tremer por dentro. Eu sorria pro espelho pela constatação da saudade que eu estava de você. Eu sorria por dentro por te saber ali ao lado. Tanto é que prolonguei a espera pra te encontrar. Me arrumei com detalhes, maquiagem, perfume, a blusa que eu comprei só pra te ver. Cabelo perfeito, pois tinha ido ao salão mais cedo. E eu ouvi a música da sua voz e fui feliz por aquele instante. E então te vi. Foi bem estranho à princípio me reacostumar com a sua presença, mas aos poucos fui te reconhecendo e reconstruindo, com muito do antigo e um pouco do novo. E foi aí que eu fui te olhando meio de lado, meio disfarçada pela escuridão e pelo torpor da maconha, aquela tensão de momentos tão próximos mas tão distantes ao mesmo tempo. E mesmo com esse vão que criamos entre nós eu me reapaixonei por você. Você continua encantador. Seus olhos, sua pele, o decote da sua blusa de gola V, seus cabelos despenteados, sua nuca, suas mãos, seus sorrisos nervosos... Foi o pouco que consegui ver. O suficiente pra saber que eu ainda te amo. Mentira. As músicas também. Ah, as suas músicas que sempre me seduzem... Por mais esquisitas e diferentes que elas possam parecer pra todo mundo, pra mim sempre me serão familiares. São parte do conjunto que te faz você pra mim. Talvez seja o único alimento que você me dá, mesmo que sem querer. E eu prefiro acreditar que uma parte disso, por menor que seja, ainda é sem querer querendo.

"I really miss you, baby..."