quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Me perdoa, meu amor. Ainda existe poesia em seus olhos... Em meio a tanto sofrimento, em meio a tantos sonhos despedaçados e solidão você ainda foi capaz de enxergar beleza no mundo. Me perdoa por ter te perdido. Me perdoa por ter me tornado o monstro que te afastou de mim. Me perdoa, pois só assim eu poderei me perdoar um dia. Perdoa esse corpo que foi se deformando, essa mente que foi se pervertendo e esses olhos que se cegaram de ciúme, insegurança e tristeza diante da vida e do amor que você me ofereceu. Perdoa esse medo que eu carrego há tantos anos, esse buraco enorme que vai me ruindo por dentro e me deixando oca, oca, oca... Perdoa a minha família, que eu permiti que fosse mais importante em vários momentos do que o amor que falava mais forte dentro de mim. Perdoa os dias de sol que perdemos e as noites de lua cheia, em meio a tantas discussões, lágrimas e palavras duras que nunca deveriam ter sido ditas. Perdoa todos os beijos que eu não te dei por bobagem e criancice. Perdoa tudo aquilo que te era querido e eu tirei de você ou destruí. Perdoa os anos que você perdeu ao lado de uma menina boba que não queria crescer. Os chiliques histéricos, as cenas de ciúme, as humilhações, as desconfianças, as mágoas, as fraquezas... Sei que eu te machuquei como ninguém, te ofendi como ninguém, te decepcionei como ninguém, mas também sei e garanto, que te amei como ninguém até hoje te amou. Perdoa... Sei que não tenho esse direito diante do mal que lhe causei, mas o perdão é um sentimento nobre e transcendente, até meio divino. E eu preciso desse sentimento pra viver. Perdoa você, porque eu não consigo me perdoar.

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