sábado, 2 de abril de 2011
Quando a gente acha que passou é aí que volta tudo. E tudo é uma história já tão gasta... É uma vida já tão distante... Seu rosto cada vez mais se confunde com outros rostos nos meus sonhos. Sim, ainda sonho com você. Ainda morro de ódio de pensar em você com outras, ainda me dói pensar em você comendo desconhecidas e mais ainda, minhas amigas. Como você já fez e nem era pra eu me importar. Eu estava tão bem... Achei que tinha enterrado você. Ou engolido. Ou... sei lá. Meus progressos eram visíveis, até pra mim que custo a me ver com bons olhos. Mas eu te enterrei; não superei. Te coloquei num lugar escuro como no Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças. Mas assim como no filme era a minha cabeça tentando me enganar. Ela te colocou num lugar onde eu pudesse te achar... como achei. E a minha mente insiste em me pregar essas peças. É você de cabelo comprido, você e seus cachinhos. Eu sei que eles não existem mais há um bom tempo, mas na minha cabeça eles ainda existem sim. Existem e me fazem sofrer. Ainda. Nessas peças em que sou pega eu te procuro e você some de mim. Você diz coisas que eu gostaria de ouvir, você chora, você ainda me ama. Quando eu consigo me aproximar, você vira um boneco de pano. Quando você me magoa, somem os cachinhos, mas o rosto não é seu. Algo nele está desfigurado. Algo ainda acredita que você, que me magoa, não é você. Alguma coisa em mim associa o seu amor aos cabelos compridos. Quando você os cortou, levou pra sempre o você que eu amava, e com ele um pedaço do meu coração.
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