terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Nobody said it was easy..."

Um ano e oito meses do fim. É bastante tempo já. Quanta água já rolou debaixo dessa ponte. Quanto já aconteceu. Com quantas mulheres eu já te vi. Quantas notícias tive de você e você de mim. Quanta dor em ambos os lados. Quanta mágoa e tristeza. Quanta decepção. Quantos recomeços diferentes. Você até já andou apaixonado que eu sei... Você se reconstrói e eu me reconstruo a cada dia, um sem o outro. E algumas coisas vão ficando mais sedimentadas, algumas feridas vão criando casca, outras você acredita que cicatrizaram de vez... Mas aí... vem uma música. Uma. Maldita. Música. E todas as feridas se abrem. A música que representa o fim, a perda, o vazio que ficou, a solidão que eu vivo, o buraco que você criou na minha alma. Eu te juro, achei que meu coração ia explodir. Mas quem explodiu fui eu, num choro profundo e intenso como há muito eu não chorava. Me faltou ar. Minhas pernas doíam enquanto eu me apoiava na bancada da cozinha. Eu me vi em mil pedaços, estilhaçada, destruída. Eu chorei de dor. Eu sentia como que apunhalada no coração, mas com o punhal ali, estacado bem no meio, enterrado até o cabo. Até a última célula do meu corpo, no momento que aquela música tocou, estava repleta de infelicidade e tristeza. Quanto mais aquele homem cantava a minha dor, mais ela doía em mim. E acho que era isso, porque aquela dor era só minha e de mais ninguém, e eu chorei por mim. Chorei tudo aquilo que eu teimava em enterrar mais e mais fundo no meu coração. Era o fim. Era o luto. Era um você que só existia agora ali, enterrado debaixo de tanta dor, varado pelo punhal que era aquela porra daquela música. E eu chorei como nunca enquanto aquelas cem mil pessoas cantavam em coro "nobody said it was easy... no one ever said it would be so hard". Não mesmo. Ninguém me avisou que seria tão difícil quanto a morte. Ninguém me disse que acabaria assim. Todo o resto me disse o contrário. Na teoria é sempre final feliz. Final de novela, de filme, de livro... Todo romance tem um diabo de um "happy end". E o nosso? Virou esse choro entalado na garganta, um soluço abafado que deságua num mar de lágrimas incontroláveis. Era a última coisa que eu esperava de um romance como o nosso.

PS: Eu assisti a esse show sozinha no ano passado e não derramei nenhuma lágrima. Nenhuma. Eu tava morta por dentro, meio que anestesiada, no limbo. No sábado eu resolvi chorar tudo aquilo que ficou pra trás e mais um pouco. E eu descobri que ainda estou viva.

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