quarta-feira, 22 de junho de 2011

É tudo a mesma coisa.

A maior parte do tempo eu fujo de você como um alcoólatra foge da bebida. Quase que conto os dias em que estive sóbria. Me orgulho por dentro, mesmo que morra de vontade de saber qualquer mínima informação sobre você. Hoje considero isso assim, como o alcoolismo, como uma doença. Porque é como minha psicóloga me disse: eu não vivo mais duas vidas no mundo real como eu vivia, mas pior. Vivo uma vida real e, só na minha cabeça, ainda me prendo a você. Só na minha cabeça. Voltando ao álcool, cada escorregada que dou é vergonhosa. Pra mim mesma, sabe... É como um gole de pinga escondida, uma bicada num copo de cerveja, um licorzinho ou vinho do porto depois do almoço. Uma taça de vinho com a desculpa de que faz bem ao coração. Uma dose de vodca "porque eu mereço". E depois, o arrependimento. Amargo. Solitário. A constatação da idiotice sem tamanho: PRA QUÊ ISSO. Posso comparar também à fugidinha da dieta. Um brigadeirinho na festa de criança. Uma escapulida porque é natal, ano novo, festa junina, páscoa... E lá vem a culpa outra vez. Só eu sei desses escorregões. Só eu sei dos meus tropeços. Mas acho que até por isso, é pior. Cada vez que eu me pego olhando suas músicas no last fm, cada vez que eu vejo seu facebook, twitter, fotos da boate e das festas que você frequenta, seus comentários nos perfis de amigos em comum, é um prazer secreto. Como a masturbação, como quem mete o dedo no bolo antes de todo mundo, como roubar uma bala nas lojas americanas, como quem espia de uma fechadura mas... inútil. Acredito, mais uma vez me utilizando das metáforas, que seja como cheirar uma carreira de pó: um prazer infinito seguido de um vazio tão infinito quanto.

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